Como construir um clímax excitante para sua história?

Boa tarde! Nas dicas de escrita de hoje, vamos falar sobre clímax, aquilo que, no final das contas, prende o leitor e faz com que ele queira mais do seu livro. Durante meus estudos, leituras e pesquisas, encontrei um post muito legal no The Write Practice e decidi resumir para vocês. 

Nem sempre o clímax, aquele ponto chave da história, em que as coisas interessantes acontecem, é realmente a melhor parte. Algumas vezes o leitor ou a leitora se frustram porque as cenas de ação, os confrontos, o sexo (!!) não são bem descritos, não trazem elementos suficientes ou são mal construídos. Devemos tomar especial cuidado com o clímax e como ele é narrado para leitores e leitoras tanto quanto tomamos cuidado com o planejamento da história. 

A ação, por exemplo, nem sempre agrada porque autores e autoras, ansiosos por conduzir o leitor e a leitora diretamente para essa parte, acabam pulando elementos essenciais que constroem o pano de fundo para cenas clímax. 

David Safford, que já participou como julgador em diversas competições literárias, comentou sobre uma história em que o personagem vivia em um reino fantástico cheio de magia e dragões mas que, do nada, acossou sua esposa em um canto e agrediu-a violentamente. Essa violência não foi programada nem explicada antes de acontecer, ou seja, a cena de ação não estava contextualizada nem poderia ser prevista pelo leitor ou pela leitora. 

Preocupado com isso, ele decidiu dar 3 dicas para que uma boa cena de ação, um bom clímax, possa ser construído. Vamos a elas?

Para David, a audiência não se sente atraída por barulhos, violência ou sexo aleatório, ela precisa de algo mais – que ele chama de EMPATIA. Essa empatia pode ser construída seguindo os passos por ele sugeridos.

Crie uma razão para que o conflito seja relevante.

Leitores e leitoras precisam entender que a cena clímax é relevante por algum motivo. Precisando do porquê. Se um casal se beija, é porque têm desejo, saudade, foram obrigados? Se duas pessoas estão se batendo até a morte, é porque se odeiam, estão em um jogo mortal e foram obrigadas? 

Quando leitores e leitoras entendem o por que algo é violento, agressivo, romântico, é mais fácil que criem conexões emocionais com as cenas. Sem essa conexão emocional, eles e elas dificilmente conseguirão construir empatia pelos personagens e suas ações. 

Preencha as lacunas antes da tensão acontecer.

O que podemos fazer antes de uma cena clímax? Qualquer coisa! 

Precisamos ter em mente a antecipação, o medo, a espera, o desespero, as emoções que antecedem um momento de ação. O leitor e a leitora vão se conectar ao clímax se puderem sentir essas emoções durante a narrativa que precede a cena mais esperada. 

David afirma que, sem esses gatilhos emocionais, a cena clímax não será nada mais do que outras cenas e poderá frustrar os leitores e as leitoras. 

Tente o “menos é mais” durante as cenas de ação.

Isso vale para escritores e escritoras que “abandonam” seus personagens durante a cena de ação para tentar abranger tudo que pode estar acontecendo. Principalmente quem narra em primeira pessoa!

David sugere que devemos focar em um soco, um beijo, um ato, uma palavra mal dita. Não dá para passar de uma jornada emocional interior para uma direção teatral que abandone a perspectiva intimista. Ao invés de tentar narrar tudo e qualquer coisa que possa cercar a cena clímax, é focar em coisas menores. 

Não serão grandes adjetivos ou pressionar personagens (e leitores) ao limite, mas envolvê-los na narrativa de forma que se tornem parte dela!

Termino essas dicas com uma frase do David Safford que ele mesmo destaca em seu texto e que deve ser levada para a vida por nós, escritores e escritoras: 

A única grande chave para uma cena ação de sucesso é a empatia de leitores e leitoras. Mostre para eles e elas por que a ação importa e faça com que se importem.

Beijos a todos e todas, semana que vem voltamos com mais dicas!

Cinco dicas quentes para escrever romances

Boa tarde, pessoal. Inaugurando aqui uma seção sobre dicas de escrita e experiências de autora, que faz tempo estou querendo colocar “no papel”. Já tenho uma caminhada extensa pelo mercado literário, já li muito sobre dicas, escrita criativa, técnicas, e acho importante compartilhar conhecimento. Então, vamos lá?

Nada melhor para começar do que cinco dicas quentes, fervendo, dadas pela editora-chefe da Harlequin para quem quer escrever romances. A matéria completa, em inglês, pode ser lida aqui.

Dica #1 – Tenha química.

A dica de Joanne Grant é: se você vai descrever minuciosamente as cenas entre seu casal protagonista, ou se vai deixar o sexo implícito, isso não importa, mas “mocinho” e “mocinha” precisam ter química também fora do quarto. A tensão sexual entre eles deve ser perceptível para as leitoras, seja em um toque, uma fala, um olhar. Tensão sexual e química é o que vai deixar o seu casal irresistível para as leitoras!

Dica #2 – Faça seus personagens realísticos

Claro que não vai dar para fazer com que todas as leitoras se identifiquem com cada personagem, mas elas devem poder imaginá-los com facilidade, eles devem ser realistas o suficiente para povoar a imaginação delas. É importante expor os sentimentos e pensamentos dos personagens, e permita que elas conheçam as falhas desses personagens.

Dica #3 – Crie personagens que mereçam um ao outro

Joanne Grant diz que nossos personagens não precisam ser perfeitos, basta que eles sejam perfeitos um para o outro. Mesmo que eles não se percebam assim, no início, mesmo que o romance não aconteça de imediato, os personagens devem conter aquele lado oculto que o outro vai descobrir – e então se apaixonar.

Dica #4 – Crie momentos de escapismo

A verdade é: quem lê romances quer se desligar um pouco do mundo real, quer se sentir bem e embarcar em uma jornada com os personagens. Joanne Grant acredita ser importante momentos em que os personagens tenham sucesso, fiquem felizes, confessem seu amor, tenham reconhecimento. É importante balancear drama e alegria, momentos de sofrimento e tensão com muita água-com-açúcar para as leitoras.

Dica #5 – Termine com final feliz

Leitoras de romance querem finais felizes, e precisam acreditar que os personagens realmente conseguiram esse final feliz. Narre os pensamentos no futuro, um abraço derradeiro, faça com que as leitoras fechem o livro com aquela sensação de “e eles viveram felizes para sempre”.

É isso, galera, o que acharam? Eu fiquei ligada nessas dicas e confesso que estou aqui pensando se meus romances contém todas elas! Acho que vou lá checar cada um deles de novo! Por hoje é só, nos vemos amanhã!